terça-feira, 23 de setembro de 2008

"Uma geraçao sem Cazuza"


Queria nascer como outros nasceram, viver poesias como outros viveram, seria andar sobre outros caminhos, seria sangrar entre pedras e espinhos... Sem perceber que a vida é apenas um passo, que tudo e todos somos meros acasos, seria levar outras objeções, cantar ou morrer sobre outras canções... Cazuza de ser um jeito qualquer, como outro homem outra mulher... Seria mastigar as vozes sobre a multidão, ser um deboche em ironia de outros que nem se quer conseguem enxergar o real valor que se possui ao viver sobre selvas de pedras, o pior não é esta por estar, mas sim sobreviver, e o que seria do hoje sem uma geração Cazuza de ser...


Queria ser o todo não apenas a parte, prefiro o inferno a que saturo e marte... Prefiro algazarra a que o silêncio e solidão, prefiro anarquia a que oposição... Se a moda do real é ser louco, a loucura de viver é apenas a diversão... Quem me dera ter o dom de ter dito poucas vezes sim e muitas não... Mas o que seria das vozes se não soubermos o tom exato de falar, seria o mesmo que viver um dúzia por viver e metade por calar...


Por isso, que venha a guerra, eu quero mais é sexo e o resto que se dane. Já gastei metade de um tempo pensando que ser igual a outro alguém seria encontrar minha identidade, porém ser cazuza por ser não é copiar o existente, mas seguir em geração... Que mal me interprete os jovens, o que falta é boemia, ainda que me procure por mente adentro que hoje em dia exista uma geração coerente e coesa do rock, mas qual a diferença do silencio ao toque? A voz? Somos nós que diferenciamos o seguro dentro de esperanças antes não encontradas, e o justo?O luxo?

Ser careta não é ser real, é apenas ter uma dose extra do êxtase da vida...apenas isso...
Autor: Leo Saldanha