sexta-feira, 28 de maio de 2010

A.

Você cresce e forja dentro de si a imagem de uma pessoa forte, segura e fugaz. Alimenta pensamentos por muitas vezes ligado ao passado, e quando denota a razão você se percebe desarmado aos 25 anos por alguém de 16. Você enlouquece, pira, e o implícito se torna o reflexo do que se meramente ilustra, uma pessoa tarda e só. Engraçado que a necessidade de tê-la se torna um vicio, afago as horas e quando bate a saudade a mente enverga quaisquer desculpa e até mesmo das mais insolentes, para que me viesse a tona a única verdade: sinto sua falta.

É tão fácil presumir sentimentos, criticar, generalizá-los, e por tal postura sua às vezes me calo mesmo quando sua pretensão vívida me corrói por dentro e contenho-me apenas com minhas idéias póstumas as suas, se todo migrante é louco e todo cuidado é pouco, vou tentando já não mais depender de tudo o que você criou em mim, enfim, você bem sabe o que se tem nas mãos e além do mais sempre volto atrás travestindo disfarces fugindo de minha própria imagem, falando pelos cotovelos e para quem quisesse ler que sou apenas fruto da inobservância humana, que sou tão normal quanto busco ser, e repetidas vezes vivo os mesmos rancores por não te ouvir e me perder.

Amar a matéria é trivial, porém nada que me faça trocar o som de Jobim somente por lembra de ti que me reinventa e me reconstrói seguro. Aprendo a me suportar ou pacientemente recobrindo frases feitas, e toda aquela extremidade posta sobre mim já não mais abuso dos contratempos e pesos.Dizem que ironia são para loucos dirá então sua loucura impérvia na mente de alguns e nítida em minha vida e se por toda critica à minha hipocrisia de querer ser o que não sou, te agradeço.Mesmo em meus momentos rebeldes insanos por destratar teu humor quase seco, então noto que a decadência humana não esta na forma em que vemos os erros, mas na maneira em que pretendemos concertá-los.

E vou catando os trapos já nãos mais pisando em caminhos incertos ou me refletir a vitrais singelos e cobertos por toda minha insegurança. Meu então hábito de te procurar quando a saudade invade espaços vazios a devaneios me confortam, porém às vezes esqueço-me de me perguntar até onde perdura o limite posto, mesmo quando a vida entorpece, enlouquece ou até me quando calo-me por entre pensamentos fincados aos dedos digitando-lhe preposições e outros adjetivos os quais você sempre me rebate conceituando-me por exageros e o quanto sou bobo, infantil e imaturo.

E no fim das contas sempre vale toda e qualquer sutileza, avaliar idéias, ou a verdade doa a quem doer, o cheiro de frustração no ar de quem perde ou de quem ganha e não cogita o inseguro.

Obrigado.
R.A.
Autor: Leandro Saldanha