terça-feira, 3 de maio de 2011

O Pianista

Aquele mesmo silêncio que me toma, que ma abraça, que me invade a alma rasgando espaços tão profundamente que o esmero já não mais reflete sobre mim, a doce crítica quase tão amarga quanto à ignorância de uns, me pusera ao mediano para que o tempo me tornasse melhor perto do que o mundo me fizera pensar ser impossível. O sutil? Permaneceu reservado as limitações impostas por outros incrédulos cujo se julgavam tão sábio, quanto a humildade sobreposta a tantas outras melodias persistentes em meu eu pensante, assim, aos fechar dos meus olhos soubera que viver é bem mais erudito aos preços de quem se vende por tão pouco.


E por incansáveis vezes cogitei meus sonhos como ilustrações a tantos e tantos outros que me serviram de ícone, eu por inseguro ainda me sinto incapaz, como se meus dedos se contorcessem aos sons de uma melodia muda das notas contida aos olhos de Deus, transportada ao meu coração e finalmente perceber que na consciência dos meus erros, alguém se levantou e me aplaudiu. E toda essa coragem me roubando um humilde sorriso sobre o meu rosto, o meu agradecimento quase sempre singelo repete-se aos pequenos gestos de um obrigado a cumprimentos como de quem nunca esquece um eu te amo.


Assim, me percebo feliz de muitas vezes me sentindo abatido por tamanha pressão de quem busca resultados, pois bem, a vida é sim, sem preguiça, marasmo, um seguir seguindo infatigáveis sentimentos que trasbordam conforme o meu humor, inspiração, desejos de quem busca, almeja conquistar o mundo na humildade de alcançar apenas um certo alguém que me diga, vá em frente e mais uma vez tocar, tocar e tocar.


Autor : Leandro Saldanha

sexta-feira, 18 de março de 2011

Infante

A gratidão aos poucos se corrói ao silencio, e aquele abraço já quase nem é mais o mesmo, não afaga, não completa, mas opta. Como se o gesto fosse acessório e não necessário, como um aperto de mãos muitas vezes rudimentar a cumprimentos quase incerto, mesmo que desleal, mas oportuno. E quando percebemos a felicidade se torna o costume de todos os nossos vícios, uma vez que incansáveis pensamentos um dia fora como grãos de areia naufragados a beijos de um mar que ninguém navegou.

Quantas vezes nossos medos, preocupações, cansaços não desejaram o gosto de se ver perdido ao sono no colo de quem se quer amar ou de quem se amou? Sou um púbere desvairado a infância, mas ainda sem saber que roupas usar, meus pés crescem e já não mais reconheço meus passos, e por todo percurso a qual carrego meu fado quase não me sinto seguro, é como se esquecer mesmo em recordações a um certo olhar que se refletiu a frações de seguindo de uma vida a qual se viveu. E quando se cogita infante o mundo já havia crescido em sua volta, e dos agradecimentos os quais o meu coração sentiu, poucos me fizeram sentir o desejo de ser novamente um adolescente, quando tudo era mais fácil e não ,e via dependente de uma rotina chamada tempo.

O conforto da saudade é encontrar a paz e eu que pensei que viver fosse bem mais fácil quando se sente o peso de nossas responsabilidades tornarem-se mais forte com o passar dos anos. E a certeza de me ver completo subtrai a pensamentos infames, e nas próximas falas virão frases como: onde estão os meus amigos? Cresço fundamentando idéias as quais amizade é para sempre, muitas vezes sei o que quero dizer, mas não encontro as palavras, silencio suspiros, mas mesmo assim me sinto grato e se me perguntar o porquê, direi: eu não sei. E minha coragem alimentada pela ingenuidade me assegura de jamais virar uma múmia com muita sabedoria, por isso vivo.

Vivo sem depender de um alguém a qual me assegurou companhia, é como libertar-se de um sonho quando no contexto eram pesadelos, ai você me pergunta o que esse texto tem haver com agradecimentos? E em resposta lhe digo que jamais espere que o tempo volte a lhe dê certezas de tudo o que você já viveu, se agradecer é um ato espontâneo que seja oportuno e não que seja eqüidistante. A magoa pode ser uma cruz que se carrega sem a necessidade de se pesar ao seu destino.

Autor : Leandro Saldanha

terça-feira, 8 de março de 2011

Dês tino.

Quem disse que enlouqueço? Ainda que me viesse maus pensamentos afronta aos que me circundam, me construo diante de uma sociedade tão torpe. Quem sabe a sanidade de alguns possa me servir de consolo a conselhos que o silêncio meramente reflete sobre mim, muitas vezes deixei de ser eu mesmo e busquei um pouco avantajar caminhos como quem se permite a caminhar passos bem maiores á outras pegadas. Frívolos como quem anseia a liberdade de alcançar o céu mesmo sem ter trafegado ao inferno, procuro não me enquadrar aos que se permitem a mesmice, o pecado pode ser muito vantajoso quando se tem ao lado o gosto de errar para se chegar ao certo.

E por tantas vezes me peguei falando sozinho cogitando palavras que de fato condenam minha sanidade, como posso estar louco? Será que minha realidade é somente um mero instrumento de Deus há escolhas mal sucedidas decifradas ou aceitas justificadas por um conceito denominado destino? Uma vez concebida a idéia, ela se torna fixa, convexa. Até achei que as doses extras de cafeína haviam enraizado em mim certa loucura, percebo a cama vazia e meu corpo cansado e mesmo assim ainda continuo acordado tramitando pensamentos. Olho-me no espelho e lembro minha mãe dizer o quão envelheço a tardanças de minhas noites mal dormidas conversando horas a fora com pessoas as quais nunca vi se somente o sentimento que perdura o coração vinculado ao conceito de “amizade”.

E lentamente retirando o velho conceito afagado pela saudade do meu antigo eu, vou quem sabe justiçando os meus erros ou os meus fracassos ao destino que me condenasse vindos das mãos do criador. Foi então que percebi que não somos humanos meramente ilustrativos e muito menos o fantoche de uma criação, se temos a chance de decidir entre duas escolhas, as conseqüências seriam o resultado de todas as nossas atitudes e já que o criador nos dá esse poder, que sejamos justos. De nada vale o poder de escolhas quando muitos se deixam levar por tantas fraquezas, o destino é apenas a desculpa inventada pelo erro para que tenhamos alguém a que culpar quando não temos a coragem de assumir que erramos.

Agora esse é o ponto? Até onde você pode assumir? Pense nisso.

Autor: Leandro Saldanha

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Desconcerto

Sou de uma época em que ouvir canções de amor a dois era um depois a beijos e entreolhares, um eu te amo quase sempre silencioso aos gestos singelos tocados a face, o que hoje se perdeu aos banais acasos, já não amamos, viramos amantes, corações bandidos perdidos a bel prazer de uma saudade distante, mas ainda serei o mesmo cara que saberá te amar mesmo quando todos não souberem enxergar em você o que eu somente vi quando te amei.

Tão desconcertante, o mesmo céu que um dia fora azul junto ao reflexo dos teus olhos hoje somente encontro a saudade de um certo alguém que soubera amar. Numa tela plana, frágil, descolorida eu vou seguindo meus pensamentos como se minha felicidade dependesse dos teus gestos, e quando o meu eu decorar todas as falas de um silencio obscuro quando só diante de minha própria imagem refletida ao estilhaçar dos espelhos que quebrei somente por não desejar me perceber que ainda te amava.

E quando passava nutrir em mim aquele sentimento que por vezes desprezei somente por esquecer o que vivi, você foi se reinventando e eu aqui parado no mesmo ponto de interrogação sobre quando você se daria conta de quem eu fui. Você navega e quem naufraga sou eu a orgulhos, quando muitos dão um passo frente eu dei vinte pra trás e tarde notei o que poderia ter evitado. E o pedido de desculpa engatado na garganta quase berrando sobre meus olhos ao te observar em silencio do outro lado de um mundo onde não mais faço parte, mas ainda sim serei o mesmo cara de uma época em que meus gestos te diriam te amo muito mais a qualquer outro olhar que hoje te fosse refletir.

Te amo.