quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Tempo.

Sustento em meus olhos o ardor e outras rebeldias, nua, crua e singela. Meus cabelos brancos desenhados aos restos e reflexos vistos reprovando minha então juventude e aos vintes e tantos anos perdidos ensaiados por pensamentos arredios, furtos, fracos, impuros. Já não me encontro mais como antes, amantes de minha infância roubada ou quem sabe sujeitada ao propósito de me seguir seguindo as idéias repetidas vezes por me perder tão somente por não me encontrar. Lembro-me dos meus 15 anos, o novo já não me era tão necessário e diante do primeiro beijo dado me senti tão maduro quanto minha própria sede por amadurecer, o que viesse quase não importava perto de outras aventuras por vir e viver.


Por outras me cogitei chances perdidas, momentos os quais inconseqüentemente deixei passar por acreditar em outras verdades, amizades tão fúteis quanto minha necessidade de me sentir só. Você chora, cala, grita ao silêncio dos olhos e todo teatro de sorrir quase não importa quando se está diante de leões e cordeiros. A saudade só se torna oportuna quando se sente o gosto da perda, você apela, e por diversas vezes o gosto do afago se torna cada vez mais constante, auto-suficiente quase sem precisar dos que estão ao lado e quando menos se espera você se ver só.


Mas quem em sã consciência transpiraria falsas verdades? Já não posso mais refletir em meus olhos o sincero, o belo, humilde. Me roubam sonhos, invejam desejos, sustento apenas em meu silêncio o gosto e me sentir bem. A felicidade só se é permitida se por atitude você, move, densa, esparsa. Hesito em correr, pra que pressa se no final todos somos como somos, o tempo não correr o fato é que somos nós é quem corremos demais para acompanhá-lo, espero, almejo, sonho. Quanto mais posto sobre meu corpo a necessidade de me sentir feliz, mais acredito em minhas atitudes.


E assim seguirei.


Autor: Leandro Saldanha

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelos suas poesias, continue sempre escrevendo vc é bom nisso. Paulo Henrique

Henry Maluf disse...

Adoreeeei este texto *-*
Me identifiquei sabe?! As coisas são bem assim mesmo, passam, nos arrependemos de umas coisas, sentimos falta de outras...

Parabéns ^^